Estórias de Ferreira

Chamo-me Rui Antunes, sou de Ferreira do Zêzere e gosto de estórias... reais ou imaginárias, estórias da vida, de sucessos ou insucessos, prometo partilhar as minhas, espero pelas vossas...

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Localização: Odivelas

30.6.06

HÁ FESTA NA ALDEIA


Tendo como pano de fundo a época de 1963, O grupo de teatro (Re)nascer, uma vez mais com produção própria, lançou-se no desafio de criar uma obra de ficção inspirada num conjunto de usos e costumes característicos da região.

Este novo trabalho envolve directamente vinte actores, e conta com uma equipa de bastidores, que dará todo o apoio necessário (contra-regra, maquilhagem, guarda roupa, luz e som e efeitos especiais) formando no total, entre actores e técnicos uma equipa de cerca de trinta e cinco elementos. A acção da peça decorre numa aldeia, que poderia ser qualquer uma do concelho de Ferreira do Zêzere, com algumas personagens tipo que serão certamente familiares a todo o público.

O enredo principal parte de uma ficção criada. As mulheres da aldeia revoltam-se e decidem formar uma comissão para organizar a festa tradicional, deixando os homens, habituados a assumir a liderança nestes assuntos, totalmente à margem, o que provoca grande agitação na aldeia. Esta, era o que poderia ter sido uma revolução feminista dos anos sessenta à escala do mundo rural ferreirense, caso tivesse existido.

Em conjunto com este conflito principal, decorrem outros pequenos enredos e situações que partem de factos reais que ocorreram, que as gentes do concelho de Ferreira do Zêzere viveram e que fazem parte da nossa história recente, como é o caso da guerra colonial ou a subida das águas na Albufeira de Castelo do Bode.

O trabalho conta ainda com poemas de Sá Flores, Manuel Inácio, Manuel António Coelho e Alfredo Keil, que foram associados ao texto, vindo desta forma enriquecer todo o trabalho cénico.

Este nova peça do grupo (Re)nascer conta também com algumas inovações em termos de interactividade. Uma das principais é o facto de possibilitar ao público escolher o final da peça, ou seja a forma como termina cada sessão, entre outras que não queremos revelar agora para não estragar a surpresa. É também objectivo do grupo, fazer com que este trabalho funcione como possível “alavanca” para o surgimento de novos estudos e recolha/levantamento da cultura e tradições da nossa terra, um desafio que lançamos a todas as entidades do concelho, para que não percamos as nossas raízes e compreendamos melhor a nossa identidade regional.

by HÉLIO ANTUNES

22.6.06

A Carta

Texto de Carlos Carifas

Tempos houve, antes do aparecimento do telefone e do telemóvel, que a comunicação entre as pessoas deslocadas, familiares e outros, se fazia apenas por carta, hábito quase extinto que desabituou as pessoas de exercer o saudável hábito da escrita como forma de comunicação entre si. Nesse tempo, em que ainda não havia carteiros porta a porta, o hábito de receber correio era um cerimonial de expectativa que culminava, nas frequentes vezes que nos deslocávamos à Loja, posto de recepção e distribuição da mala do correio, que era transportada na camioneta da carreira de Lisboa, com a pergunta ao caixeiro, antes de tudo: - Há correio para mim?. Enquanto ele abria a gaveta e rebuscava no correio recebido, ficávamos ansiosos tal como o jogador de rifas que espera ter um prémio.

Em cada casa, a leitura de uma carta era um ritual de concentração de toda a família, lida em voz alta pelo elemento da família que soubesse ou melhor soubesse ler e escutado pelos restantes num silêncio respeitoso, quantas vezes com uma lágrima a soltar-se. Muitas vezes a leitura era repetida para melhor se perceberem as mensagens que trazia.

Nas casas onde não havia quem soubesse ler, repetia-se o convite ao habitual escrivão, geralmente uma criança, agora para a leitura, que compartilhava os dramas ou as alegrias que a carta transportava.

A carta era o mensageiro indesmentível das boas e das más notícias na forma de documento escrito, elaborada de forma pensada e cuidada, de modo a transmitir factos e sentimentos vividos.

Estas tinham geralmente um formato peculiar, quase estandardizado, sobretudo na abertura e no fecho que, a quem como eu, fez algumas vezes de escrivão, não precisava ser ditado. Fui muitas vezes convidado a escrever cartas por pessoas que, sendo analfabetas, me gratificavam por este trabalho. Sentia-me como o operador do código morse que envia mensagens secretas, sujeito a completo sigilo.

O seu formato tinha habitualmente a seguinte configuração:


“Meu Querido Filho

Muito estimo que ao receberes esta minha carta te encontres de perfeita e feliz saúde, que nós por cá todos bem, graças a Deus.
Tem esta o fim de te agradecer a última amável carta que recebemos, portadora de boas notícias, que muito nos alegrou.
Por aqui tudo continua na mesma, com o muito trabalho e canseira que as sementeiras nos têm dado. Se o Borda-de-Água não faltar ao previsto vamos ter uma boa colheita
Saberás que no verão quando cá vieres para as férias, como prometido, virás encontrar a apanha do milho que é preciso descamisar e debulhar. Quanto mais braços tivermos melhor se termina a faina.
O pai, coitado, farta-se de trabalhar. Depois de terminar o tempo dos lagares, anda a trabalhar, de sol a sol, nas podas e nas alimpas, porque brevemente irá trabalhar para o forno quando começar a aquecer. Tem ficado alguns dias em casa para tratar das nossas, porque eu e as tuas irmãs não damos conta de tudo.
A nossa porca pariu oito bácoros que já estão em acção de vender. As chibas este ano deram três cabritos que já vendemos ao Tensa e têm dado bom leite para fazermos os queijos, que tu tanto gostas.
Cá recebemos o teu cabaz com as mercearias e o cartucho de café que tem melhor paladar que o que trazemos da loja.
Brevemente vou às Besteiras despachá-lo com alguma fruta, que já está madura. Quero ver se te mando também um galo para fazeres uma sopa e uns queijos secos para matares saudades.
Já andam por aí os prospectos da festa de Paio Mendes. As tuas irmãs andam a fazer peditório de prendas para a quermesse.
Sem mais, recebe saudades do teu pai e das tuas irmãs e um beijo desta que te quer bem.”
CCARIFAS

ERRATA : As Marchas na Imprensa Local

Fui alertado para uma gafe que cometi no meu post sobre as Marchas na Imprensa Local onde publiquei dois textos de terceiros.
O que aconteceu é que fiz uma busca na net para ver se encontrava alguma coisa sobre as marchas de santo António em Ferreira do Zêzere e deparei-me com os textos que publiquei aqui, na altura não tive a preocupação de ver as datas e deduzi que fossem referentes às marchas deste ano, não o eram e pelo facto peço as minhas desculpas a todos os leitores a quem induzi o erro e em especial ao João Rato que por ser autor de um dos textos foi aqui referenciado.

Reposta a verdade dos factos só me resta deixar aqui o texto referente às marchas escrito pelo João Rato e publicado no Despertar do Zêzere de 14 de Junho de 2006 :

Quatro marchas fizeram honras à tradição de Sto António

Nas comemorações de Sto. António, e de estreia da selecção portuguesa de futebol no campeonato mundial que fez adiar o desfile por mais de uma hora, apenas quatro marchas se apresentaram este ano em Ferreira do Zêzere.
Sport Clube, Rancho da Alegria do Alqueidão de Sto Amaro, Filarmónica Ferreirense e uma marcha conjunta dos Escuteiros do Agrupamento 988 com o Centro de Recuperação Infantil não se inibiram de mostrar um trabalho bastante aplaudido pelo publico que se deslocou ao centro da vila ferreirense.
Os temas escolhidos variaram entre uma “Ferreira de Encantar”, do Sport Clube, o “Coração” dos Escuteiros, uma “mocidade a cantar”, do Alqueidão, e “Os Caçadores”, da Filarmónica.
Este ano nota para duas alterações. A primeira disse respeito aos músicos, tendo sido convidada a Bandinha da Amizade, que fez o instrumental da marcha dos Escuteiros, poupando um pouco, os elementos da Filarmónica Ferreirense que normalmente marcam o ritmo de todas as marchas. A segunda para o desfile frente ao novo centro cultural, que substituiu a habitual passagem pelo pavilhão gimnodesportivo. João Rato in DZ

16.6.06

O Microfone de Cartão


Era uma vez um professor, ele nunca me deu aulas, nem sei mesmo se terá dado alguma vez aulas desde que o conheço e já lá vão pelo menos 20 anos, mas sempre foi assim que o tratei, professor José Vaz.

Quando fui para o ciclo, para a escola C+S, o professor Vaz era o homem do SASE (Serviço de Acção Social Escolar), na prática era ele que zelava pela atribuição dos subsídios aos alunos mais com maiores dificuldades económicas, era com ele que íamos ter sempre que precisávamos de alguma coisa relacionada com o apoio à compra dos livros escolares ou subsidio para as refeições.

Não se pode dizer que fosse um homem simpático, normalmente só falava com ele em último recurso, não sei se era por causa das respeitosas barbas ou por causa do seu porte ou da sua voz forte, mas a verdade é que havia um certo respeito pelo professor Vaz, uma distância que ele sabia manter e que não era de todo prejudicial.

Este era também um homem dedicado a causas, conheci-lhe essa faceta já depois de eu ter ido estudar para Tomar, foi pouco tempo depois de entrar para a rádio que me cruzei com ele no sótão do Azevedo, nos antigos estúdios em Águas Belas. Foi para mim uma surpresa quando o vi, não estava a imaginá-lo ali, no meio de um conjunto de “miúdos”, mas a verdade é que ele estava lá, ele sabia a força que a rádio tinha como meio de comunicação local, foi isso que o moveu para fazer um programa de entrevistas, para onde convidou muita gente anónima, dando-lhe voz, levantando os problemas e descobrindo algumas pérolas, desde poetas populares cujos poemas estarão escrevinhados em pedaços de papéis pedidos no fundo de uma qualquer gaveta, a músicos “de ouvido” que não precisam de pauta para acertar nas teclas gastas da concertina.

Foi naquele estúdio pequeno que pela primeira vez me sentei frente a ele no papel de entrevistado, quando o programa era sobre Paio Mendes e eu tinha a meu cargo um grupo de jovens ligados à Igreja, a reivindicação era por causa da construção de um campo de futebol na freguesia, um assunto que me tinha deixado irritado sobretudo após pedir ajuda à junta de freguesia tendo o presidente respondido : “um campo de futebol ? isso só serve para dar ganho aos sapateiros”.

Foi também nesse mesmo estúdio que um dia o vi recortar um microfone de cartão e a pendurá-lo com uma guita no local onde devia existir um microfone verdadeiro para os entrevistados... ao mesmo tempo que com a sua voz forte dizia “não há condições!”

13.6.06

Marchas de Santo António


foto : Templário
Também eu já fui marchante, numa altura em que as marchas eram uma novidade em Ferreira do Zêzere, todas as freguesias do concelho e algumas associações, tinham o brio de vir apresentar a sua marcha, era afinal uma questão de bairrismo, claro que não era aplicado à letra aos bairros de Ferreira, que só tinha o Bairro Novo e não tinha marcha mas sim às freguesias que promoviam a competição, um despique saudável e muito agradável.

Apesar de durante todos os ensaios a palavra de ordem era: “temos de ser os melhores, vamos fazer as coisas como deve ser”, a verdade é que no fim do desfile o discurso do vereador da cultura ou do presidente da Câmara Municipal, a entidade organizadora e patrocinadora do evento, acabava por ser sempre “foram todos excelentes... um muito obrigado a todos... o concelho de Ferreira está de parabéns” e pronto, no final acabava sempre por não haver um vencedor, mas no fundo, para nós que marchávamos, quando saíamos de lá íamos sempre com o sentimento de que se tivesse havido votação NÓS TERIAMOS GANHO DE CERTEZA! Claro que os outros pensariam o mesmo.

Em Paio Mendes os ensaios para as marchas eram feitos junto à igreja, era à noite, umas semanas antes do Santo António que meia dúzia de músicos da filarmónica da Frazoeira e o acordeão do Rui “Papa Figo” davam o toque à música da marcha, o “ensaiador” era o Armindo Gaspar, ele é que definia as coreografias, as quadras eram decoradas rapidamente e ao fim do terceiro ensaio, com muita “palhaçada” pelo meio (sim porque a intenção era também divertirmo-nos) já conseguíamos fazer a coreografia completa.

Era nos ensaios as oportunidades para estarmos com as raparigas, não seria pela música ou pela competição em si que os rapazes alinhavam, mas sim porque era uma oportunidade para nos metermos com as moças, eram uns serões bem passados, bem divertidos que recordo com saudade.

Naqueles anos Ferreira do Zêzere tinha 10, 11 ou 12 marchas, era a competição das freguesias mais o Sport Club, o CRIFZ, a filarmónica de Ferreira do Zêzere, os Escuteiros, etc... era talvez por ser novidade, pela competição, ou por causa do prémio em dinheiro da Câmara, mas a verdade é as pessoas aderiam, e hoje olhando para trás alguma coisa falhou, a iniciativa foi morrendo e o número de marchas é cada vez menor, é certo que há menos pessoas, que estão mais velhas, esse é também e provavelmente o grande motivo para a decadência da iniciativa, mas há que haver inovação, não podemos pensar apenas no trabalho que dá ou no prémio que não chega para pagar o investimento, é preciso sobretudo vontade de fazer !

PS : Tal como relatou o João Rato no post anterior, naquela altura os músicos também tocavam em várias marchas, quando terminavam a actuação de uma corriam atrás para tocar para a outra, conseguindo pelo caminho mudar o laço para ficar a condizer, também é verdade que naquela altura havia mais do que um grupo a fazer isso, pelo menos um com músicos da Filarmónica da Frazoeira e outro de Ferreira sem contar com os ranchos que normalmente traziam os músicos deles.

As Marchas na Imprensa Local


O Jornal Cidade de Tomar On Line publicou um texto do João Rato

Marchas Populares de Ferreira, no dia 11 de Junho Desfile marcado pela forte afl uência de público
O cortejo das marchas populares desfilou em frente ao edifício dos Paços do Concelho em Ferreira do Zêzere. Depois desfilou junto à Igreja, onde se realizam as festividades. Um terceiro desfile teve lugar no pavilhão municipal.
Foram cinco as marchas: Rancho Folclórico da Alegria de Alqueidão de Santo Amaro; Agrupamento de escuteiros do CNE 988; Centro Recreativo e Cultural de Carvalhais; Sociedade Filarmónica Ferreirense e Sport Clube Ferreira do Zêzere. Os músicos que acompanhavam as marchas foram protagonistas de duas cenas caricatas que retratam o esforço destes, por um lado, e talvez, quem sabe, uma reacção ao tamanho desiderato de guarnecer com melodia e ritmo três desfiles, vezes cinco marchas, numa só noite.
Verdadeiro entusiasta da entrega e dedicação à causa popular um pequeno grupo de músicos da Filarmónica Ferreirense foi recrutado para acompanhar todas as marchas, tocando para todas a mesma música, como mandam as regras. Se no final de cada marcha os elementos corriam desalmadamente por entre o público presente, para que saindo da que acabava de terminar a sua apresentação se irem juntar à próxima do desfile, também, e talvez já sem fôlego, na apresentação no pavilhão municipal (a terceira!!!) deixaram de tocar, e logo todos ao mesmo tempo, quando a marcha dos escuteiros desfilava. Vida de músico é difícil.
JR


O Templário também fez referência às marchas

MARCHAS DE SANTO ANTÓNIO ANIMAM FERREIRA DO ZÊZERE -
O sino do adro da igreja batia as 22 horas quando tiveram início as tradicionais marchas populares de Santo António na vila de Ferreira do Zêzere, que todos os anos se realizam no âmbito das festas do concelho.

“Ai Ferreira que és de toda gente, que anda contente e te quer tanto... Ai Ferreira que também és minha, és bonitinha, és um encanto”. Assim cantava o Agrupamento 988, um dos cinco grupos que actuaram na noite de dia 11, antecipando os festejos do dia de Santo António. (...)

A edição desta semana de "O Templário" publica todos os pormenores

7.6.06

A Velha Mala

Sérgio Morgado em reportagem no mercado municipal a acompanhar as marchas de Santo António
“Ferreira do Zêzere também tem marchas de Santo António...” terá sido mais ou menos assim que ajudei a relatar para a rádio, pela primeira vez, as marchas que desfilavam nas ruas da vila. Foi também a minha estreia em reportagens.

Estava na rádio há pouco tempo ainda quando o José Carvalheira e o Sérgio Morgado me “cravaram” para os ajudar na reportagem, é claro que não tínhamos equipamento para tal mas nesse tempo a coisa arranjava-se sempre, bastava haver a vontade de fazer e alguma habilidade com o ferro de soldar e lá estávamos nós...

Nessa altura, no fim dos anos 80 do século passado, andava eu a estudar em Tomar, tinha já alguma participação na rádio no programa dos serões de sábado, o “Já Agora...”, onde eu comecei como aprendiz do José Carvalheira. Foi na semana antes das marchas que o Morgado e Carvalheira vieram ter comigo com uma lista de material que me pediram para comprar em Tomar numa loja de electrónica, não me lembro ao certo do que seria mas era certamente um conjunto de componentes necessários para transformar uma velha mala de documentos, uma mesa de mistura semi-avariada e um telefone velho numa MALA DE REPORTAGEM.

O Fernando, irmão mais velho do Zé, era (e ainda é) técnico de electrónica, ele era o especialista que foi capaz de por a rádio a emitir pela primeira vez e resolvia todos os “berbicachos” que apareciam.

Lá comprei o material que eles pediram e quando cheguei nesse dia na camioneta da rodoviária nacional às Besteiras fui direito a casa do José Carvalheira que morava ao pé da Quinta da Eira e lá estavam eles, na oficina do pai que era técnico de frio e reparava frigoríficos e arcas, às voltas com a mala, o Fernando a reparar a mesa e a fazer as ligações ao telefone e ao acoplador que enviava o som para o estúdio pela linha telefónica, o Zé e o Morgado estavam às voltas com uma chapa que cortaram para fixar tudo dentro da mala, depois do equipamento testado e arranjado colocou-se no sitio, aparafusou-se a dita chapa por cima para suportar a mesa de mistura e o telefone e forrou-se o interior da mala com um pano vermelho tipo cetim, ficou linda.

No dia das marchas eu estava em pulgas, vinha de Tomar da escola na velha camioneta da carreira e curva após curva ia pensando como estariam as coisas, fiquei super contente quando cheguei à vila, saí da camioneta e fui ter com o Zé e o Morgado que andavam às voltas com o fio para ligar a um telefone, o posto de reportagem estava montado junto ao “mouquito”. Depois da azáfama inicial de por tudo a funcionar começou o desfile, que acompanhámos pela primeira vez com transmissão em directo e integral, falávamos dos fatos, das coreografias que naquela altura ainda não eram assim tão elaboradas, dos arcos, dos balões e de tudo o que íamos vendo, foi uma grande noite aquela, que apesar da “rapa” de frio que passámos não nos desmotivou para continuar e a verdade é que essa mala acabou por fazer heroicamente muitas outras reportagens.