Estórias de Ferreira

Chamo-me Rui Antunes, sou de Ferreira do Zêzere e gosto de estórias... reais ou imaginárias, estórias da vida, de sucessos ou insucessos, prometo partilhar as minhas, espero pelas vossas...

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Localização: Odivelas

3.5.08

Quem quer comprar ?

Ora cá estou eu de novo... no blog e em Maputo.
Por fim, depois desta pausa, consequência de um envolvimento num projecto que mais uma vez me fez voltar a este país, consigo parar um pouco para escrever umas linhas de actualização no blog.
Este é um país "quente" mas por estes dias o tempo tem andado bastante envergonhado, ontem choveu, cerca de uma hora de chuva "bem chovida" com trovoada à mistura, o suficiente para tornar as ruas da cidade autênticos canais, ficando completamente alagadas... é normal.
Apesar do tempo estar nublado, não deixando as temperaturas tornarem-se muito elevadas, os Moçambicanos queixam-se do frio, o que não consigo compreender muito bem quando não sinto necessidade de vestir mais do que um polo de manga curta, coisa que não me arriscaria a fazer pelo menos sem levar um casaco, se estivesse em Portugal. O que é certo é que as pessoas de cá queixam-se do frio, mesmo um dos "meus" vendedores de artesanato favoritos, o Jorge Sampaio, que ontem me acompanhou desde o hotel até ao restaurante, no caminho que fiz para ir jantar, onde ele afincadamente me tentava vender duas máscaras (tamanho XL) que supostamente penduradas numa parede, com uma luz por trás, serviriam de candeeiro, as tentaivas foram muitas desde "patrão, leva estas duas máscaras para Portugal... são do Jorge Sampaio" até a um apelo constante para apreciar o trabalho, sim porque "esta pintura é de qualidade... veja patrão". Ora o "meu amigo" que não me largou numa tentativa frustrada de fazer negócio comigo, quando percebeu, aí a mais de meio do percurso, que eu não ia comprar, pediu-me um adiantamento "...o patrão empresta-me 5 euros para eu apanhar o transporte para casa... patrão, está frio, eu tenho estado doente, só vi trabalhar hoje... tenho malária... mas estou a tomar os comprimidos", tive pena dele, até porque me pereceu sincero o apelo, é talvez um defeito que eu tenho, a verdade é que por norma sou eu sempre o principal "alvo" dos vendedores e pedintes, isto acontece-me sempre, quer esteja em Lisboa, quer esteja em Maputo, a verdade é que não encontro uma explicação razoável para esta tendência. É que mesmo estando inserido num grupo de 7 ou 8 pessoas, se houver um vendedor que se aproxime, é comigo que ele vem ter, comprovei isso ainda à pouco, a atravessar uma passadeira, ia com mais 7 pessoas e sentido contrário passou uma senhora que trazia um saco... passou por toda a gente e ao passar por mim diz-me : "Patrão... quer comprar cajú torrado ?"