Marchas de Santo António
foto : Templário
Também eu já fui marchante, numa altura em que as marchas eram uma novidade em Ferreira do Zêzere, todas as freguesias do concelho e algumas associações, tinham o brio de vir apresentar a sua marcha, era afinal uma questão de bairrismo, claro que não era aplicado à letra aos bairros de Ferreira, que só tinha o Bairro Novo e não tinha marcha mas sim às freguesias que promoviam a competição, um despique saudável e muito agradável.
Apesar de durante todos os ensaios a palavra de ordem era: “temos de ser os melhores, vamos fazer as coisas como deve ser”, a verdade é que no fim do desfile o discurso do vereador da cultura ou do presidente da Câmara Municipal, a entidade organizadora e patrocinadora do evento, acabava por ser sempre “foram todos excelentes... um muito obrigado a todos... o concelho de Ferreira está de parabéns” e pronto, no final acabava sempre por não haver um vencedor, mas no fundo, para nós que marchávamos, quando saíamos de lá íamos sempre com o sentimento de que se tivesse havido votação NÓS TERIAMOS GANHO DE CERTEZA! Claro que os outros pensariam o mesmo.
Em Paio Mendes os ensaios para as marchas eram feitos junto à igreja, era à noite, umas semanas antes do Santo António que meia dúzia de músicos da filarmónica da Frazoeira e o acordeão do Rui “Papa Figo” davam o toque à música da marcha, o “ensaiador” era o Armindo Gaspar, ele é que definia as coreografias, as quadras eram decoradas rapidamente e ao fim do terceiro ensaio, com muita “palhaçada” pelo meio (sim porque a intenção era também divertirmo-nos) já conseguíamos fazer a coreografia completa.
Era nos ensaios as oportunidades para estarmos com as raparigas, não seria pela música ou pela competição em si que os rapazes alinhavam, mas sim porque era uma oportunidade para nos metermos com as moças, eram uns serões bem passados, bem divertidos que recordo com saudade.
Naqueles anos Ferreira do Zêzere tinha 10, 11 ou 12 marchas, era a competição das freguesias mais o Sport Club, o CRIFZ, a filarmónica de Ferreira do Zêzere, os Escuteiros, etc... era talvez por ser novidade, pela competição, ou por causa do prémio em dinheiro da Câmara, mas a verdade é as pessoas aderiam, e hoje olhando para trás alguma coisa falhou, a iniciativa foi morrendo e o número de marchas é cada vez menor, é certo que há menos pessoas, que estão mais velhas, esse é também e provavelmente o grande motivo para a decadência da iniciativa, mas há que haver inovação, não podemos pensar apenas no trabalho que dá ou no prémio que não chega para pagar o investimento, é preciso sobretudo vontade de fazer !
PS : Tal como relatou o João Rato no post anterior, naquela altura os músicos também tocavam em várias marchas, quando terminavam a actuação de uma corriam atrás para tocar para a outra, conseguindo pelo caminho mudar o laço para ficar a condizer, também é verdade que naquela altura havia mais do que um grupo a fazer isso, pelo menos um com músicos da Filarmónica da Frazoeira e outro de Ferreira sem contar com os ranchos que normalmente traziam os músicos deles.
Apesar de durante todos os ensaios a palavra de ordem era: “temos de ser os melhores, vamos fazer as coisas como deve ser”, a verdade é que no fim do desfile o discurso do vereador da cultura ou do presidente da Câmara Municipal, a entidade organizadora e patrocinadora do evento, acabava por ser sempre “foram todos excelentes... um muito obrigado a todos... o concelho de Ferreira está de parabéns” e pronto, no final acabava sempre por não haver um vencedor, mas no fundo, para nós que marchávamos, quando saíamos de lá íamos sempre com o sentimento de que se tivesse havido votação NÓS TERIAMOS GANHO DE CERTEZA! Claro que os outros pensariam o mesmo.
Em Paio Mendes os ensaios para as marchas eram feitos junto à igreja, era à noite, umas semanas antes do Santo António que meia dúzia de músicos da filarmónica da Frazoeira e o acordeão do Rui “Papa Figo” davam o toque à música da marcha, o “ensaiador” era o Armindo Gaspar, ele é que definia as coreografias, as quadras eram decoradas rapidamente e ao fim do terceiro ensaio, com muita “palhaçada” pelo meio (sim porque a intenção era também divertirmo-nos) já conseguíamos fazer a coreografia completa.
Era nos ensaios as oportunidades para estarmos com as raparigas, não seria pela música ou pela competição em si que os rapazes alinhavam, mas sim porque era uma oportunidade para nos metermos com as moças, eram uns serões bem passados, bem divertidos que recordo com saudade.
Naqueles anos Ferreira do Zêzere tinha 10, 11 ou 12 marchas, era a competição das freguesias mais o Sport Club, o CRIFZ, a filarmónica de Ferreira do Zêzere, os Escuteiros, etc... era talvez por ser novidade, pela competição, ou por causa do prémio em dinheiro da Câmara, mas a verdade é as pessoas aderiam, e hoje olhando para trás alguma coisa falhou, a iniciativa foi morrendo e o número de marchas é cada vez menor, é certo que há menos pessoas, que estão mais velhas, esse é também e provavelmente o grande motivo para a decadência da iniciativa, mas há que haver inovação, não podemos pensar apenas no trabalho que dá ou no prémio que não chega para pagar o investimento, é preciso sobretudo vontade de fazer !
PS : Tal como relatou o João Rato no post anterior, naquela altura os músicos também tocavam em várias marchas, quando terminavam a actuação de uma corriam atrás para tocar para a outra, conseguindo pelo caminho mudar o laço para ficar a condizer, também é verdade que naquela altura havia mais do que um grupo a fazer isso, pelo menos um com músicos da Filarmónica da Frazoeira e outro de Ferreira sem contar com os ranchos que normalmente traziam os músicos deles.
2 Comments:
Parece-me que quem nunca esteve envolvido num projecto desses (numa marcha) não sabe muito bem os pormenores a ter em atenção e o trabalho envolvido, desde os ensaios à roupa. É muito interessante.
Eu também já fui marchante mas em Lisboa, avenida abaixo pelo meio dos brilhos, das luzes, dos arcos e dos papelotes. Das pessoas... :)
Agora participo na noite "dos Santos" e misturo-me no rol de gente que sai à rua.
Nunca tive oportunidade de assistir às marchas em Ferreira. Obrigada Rui por trazer um bocadinho disso para aqui para este cantinho.
Marta
http://historiasdemim.blogspot.com
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