Terra de Contrastes
Não sou muito adepto de estar restrito a um pequeno espaço, mesmo que esse espaço represente um luxo que é comparável a um oásis em pleno deserto, talvez por isso muitas das vezes prefiro sair, ir para a rua e tentar integrar-me naquilo que é a verdadeira cidade.
Apesar de nos primeiros dias a idéia de trespassar os seguros portões do hotel parecer simplesmente assustadora, aos poucos a confiança vai-se ganhando e acaba-se por vencer o receio inicial.
Cá fora a cidade vive num vai e vem de "chapas", aquilo que é mais parecido com um transporte coletivo, nos passeios, ou o que resta deles, vende-se de tudo, desde o mais puro artesanato até aos bens mais essenciais, onde até os operadores de comunicações móveis vão procurando angariar clientes.
Se formos a pé, há duas coisas que devemos saber, ao atravessar a rua olha-se para a DIREITA, o sentido do transito é ao contrário. Mesmo que esteja numa passadeira NUNCA tente atravessar com a esperança que o carro vai parar, porque os carros simplesmente nunca param nas passadeiras.
Ao fim de três semanas tive o previlégio de ficar a conhecer o bom e o mau de Maputo, uma cidade onde as ruas fervilham de gente, à procura de sobreviver, onde é dificil ficarmos indiferentes.
Machamba na Machava, um atalho pelo meio da horta para chegar ao estádio onde iamos ver a selecção de Moçambique...
Talvez sejam estes contrastes que criam a magia de Moçambique, uma terra de múltiplas escolhas onde o cheiro a catinga contrasta com o aroma perfumado da alfazema...