Estórias de Ferreira

Chamo-me Rui Antunes, sou de Ferreira do Zêzere e gosto de estórias... reais ou imaginárias, estórias da vida, de sucessos ou insucessos, prometo partilhar as minhas, espero pelas vossas...

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Localização: Odivelas

3.8.06

Quem foi Durval ?


Eu vivi toda a minha infância e juventude na freguesia de Paio Mendes, fui muitas vezes a Dornes, freguesia vizinha, normalmente quando lá ia o nosso Cirio e quase sempre pelo 15 de Agosto, altura da maior festa religiosa em fervor a Nª Srª do Pranto.

O percurso para Dornes quase sempre feito pela estrada do Casal de Mata, percorrendo os 14 cruzeiros que se encontram nesse percurso de 3 kms, eles marcam a via sacra, as 14 estações da Paixão de Cristo.

Confesso que nunca liguei muito ao facto da existência dos cruzeiros, eram uma marca que sempre me habituei a ver, integrados naquela paisagem maravilhosa e que para mim teriam estado lá desde sempre, só há dias me deparei com o nome do homem que foi responsável por lá estarem hoje essas cruzes sagradas.

Em passado recente, um cidadão de Paio Mendes, freguesia vizinha de Dornes, de nome Durval Rosário Marcelino, mandou erigir entre Paio Mendes e a igreja matriz de Dornes, numa distância de aproximadamente 3 km e ao longo da estrada, os 14 cruzeiros de granito em tamanho grande, memorizando e honrando as 14 estações da Paixão de Jesus Cristo.

Bem que esta estrada, percorrida por tantos devotos, podia passar a ter o nome deste homem !

5 Comments:

Blogger Pedro Aniceto said...

Nunca ligaste muito aos cruzeiros porque não tiveste que carregar com o cesto do almoço todos os dias estrada acima e estrada abaixo como eu, quando estive de serviço à mãe do Zé Luís e do Fernando. Com a agravante da construção ter começado do lado de cima, de modo que o caminho ia crescendo de cada vez que acabavam um dos cruzeiros. Eu sou, embora não oficialmente (mas gostava que me reconhecessem o feito) o tipo que mais vezes fez aquela via sacra! Mais te digo que tratei logo de saber quantas estações tinha a dita via crucis quando se fez o do fundo da escadaria de Dornes, não fossem os senhores tratar de fazer mais uns quantos até ao cemitério... (Se bem me lembro foi a tua mãe que me tranquilizou, não fossem eles fazer alguma ponte e passar para o outro lado do rio...). Não me recordo é da data da construção...

sexta-feira, agosto 04, 2006 1:53:00 da manhã  
Blogger Pedro Aniceto said...

A noção das distâncias quando se é puto é de facto uma coisa diabólica. Ao reler o teu texto ainda me ri quando falas dos 3 klms. A maior distância contínua que me lembro de ter percorrido a pé na vida, deve ter sido aí uma viagem Lisboa - Figueira da Foz que foi feita (como é óbvio) em vários dias. Ir a Dornes era um bocado assustador por duas razões. Normalmente só se ia lá baixo no 15 de Agosto e como a deslocação implicava sempre um grupo grande a coisa passava levemente dado que havia sempre umas brincadeiras pelo caminho. (Sim, eu sou do tempo em que o alcatrão acabava uns míseros vinte metros depois do cruzamento das Besteiras.). Ir sozinho (nada de bicicletas que ainda era demasiado pequeno para ir para a "estrada") era por tanto muito mais aborrecido e o regresso então era penoso como o caraças... Depois havia um cão junto à casa do Dr.Real (penso ser este o nome, desculpem se me falham as meninges) que era um velho "cliente" e que me obrigava a munir-me de uma dosezinha de pedras nas proximidades. Deus sabe como eu não gostava de cães nessa altura. Lá em casa era bicho que não havia, o da Margarida era bera como a potassa (Fazia justiça ao nome porque se chamava Nero) e tinha sido mordido por ele uns tempos antes. Mas estou já a divagar. Aquilo pareciam uns dez klms... Havia outra estirada jeitosa, as idas à Frazoeira à farmácia, mas creio que já falámos delas há tempos noutro post qualquer.

sexta-feira, agosto 04, 2006 2:08:00 da manhã  
Blogger Rui Antunes said...

Bem podes dizes que foste uma vitima das peregrinações ;)

Fiz o percurso várias vezes a pé e de bicicleta, o que nem é dificil na ida, na volta é que a "porca torce o rabo", é que para baixo todos os santos ajudam, para cima é só um e é coxo!

Quanto ao cão do Dr. penso que seria do Dr. Rui (acho que é esse o nome), o Dr. Real morava na Frazoeira.... e o Nero, não foste a única vitima, eu também tive a infelicidade de me cruzar com os dentes dele num momento menos bom!

sexta-feira, agosto 04, 2006 12:00:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Exactamente.
Era o cão do Dr. Rui Pena Monteiro, ilustre conservador do registo, penso que civil, desse concelho.

sexta-feira, agosto 04, 2006 1:35:00 da tarde  
Blogger Pedro Aniceto said...

Eu bem me parecia que havia uma confusão de Doutores... Sorry!

sexta-feira, agosto 04, 2006 5:47:00 da tarde  

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